Nublou na tarde vadia
Achei meu olhar perdido
A mesa cheia de papeis
Na fresta do dia:
Ela ainda vai estar onde eu estiver
Nas estrelas ou no elevador
Quando a chuva passar
E o destino se lançar
Em que lugares, livrarias, cafés?
Na missa de natal
Na tarde torrencial
Seus sapatos molhados
Não combinam com a chuva
Meu paletó sobre a poça dágua
Será seu abrigo por um instante
Minha doce amada
Será que ela vai me olhar?
Com tantos na espreita
Sem esperar, ela sorriu e desabrochou.
Como o sol em meio aos pingos
Nas folhas prateadas
Com um buquê de rosas
Encheu toda cidade
Na tarde raiou.
©Antônio (2007)
Anttonio Oliveira, arquiteto, urbanista e um aprendiz das palavras. Contatos: Email: anttonioarq@yahoo.com.br Twitter: @Anttonioarq Instagram: anttonioarq
BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.
Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempo – Carlos Drummond de Andrade)
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