Não! Eu não tenho bola de cristal e nem mesmo sou um
daqueles adivinhos de fim de ano, que faz previsões do tipo "um artista
famoso vai morrer" — com 100% de chance de acertar, porque o óbvio a
lógica, no final, sempre triunfam. E eles sabem disso.
O Brasil não é para principiantes, já dizia Tom Jobim.
O compositor brasileiro não era de frases polêmicas, mas ele também nos deixou
outra pérola: "o brasileiro cultua o fracasso e o sucesso é uma ofensa
pessoal." E não é mesmo? Aqui é tudo muito pelo avesso; do menos que
sempre vale mais. O brasileiro torce para que o mais fraco estoure os miolos do
mais forte. Ele tem ódio dos vencedores. (Lembrando que, forte, muitas vezes, é
aquele que tem mérito.) Caminhamos no obscurantismo, nas trevas, no atoleiro do
mundo. Não há tanta percepção no dia a dia, porque o brasileiro já está
acostumado com os pés sujos de lama, há tempos.
Já arrumando as malas para 2018 — será que terminará?
—, temos que, antes, analisar esse incompreensível e controverso ano de 2017.
Alguns mais desatentos (desses que sentam na praça para dar milho aos pombos)
poderão dizer: — Achei um ano tão normal, nada diferente... Não,
definitivamente não foi um ano normal. Explico por quê.
Nunca a agenda progressista fez-se tão presente em
nossas vidas; nunca vimos tantos posicionamentos politicamente correto
enxovalhando nossas casas, cotidianamente. O assunto sobre transgênero, então,
foi até ao esgotamento. A técnica é: encha as telas dos computadores e
celulares de provocações à normalidade e senso comum da vida, que uma hora
todos se acostumarão e passarão aceitar o bizarro como espelho social.
São de assombros esses nossos dias. A notícia diante
da normalidade da vida passou a ser aquela assustadora aos olhos da imprensa
fake news; por outro lado, aquilo que era escrachado passou a ser entendido
como normal e corriqueiro. Isso está nas manchetes dos jornais, nas redes
sociais, nas novelas, nos programas de TV. (O escritor Flávio Morgentern já
disse algo parecido em seu Twitter.)
Quando, em setembro último, veio à tona a exposição
que chocou boa parte do país, no Queermuseu Santander, a imprensa, de um modo
geral, passou os olhos sobre aquelas ditas "obras de arte". Resolveu
atacar os conservadores por não saberem apreciar uma arte. Que arte?
Michelangelo, Da Vinci? Não! Havia ali, sim, uma clara intenção de provocação.
Desde que as esquerdas tomaram a arte para si, tudo virou expressão artística,
quando se enxerga nela um manifesto político/social. De arte e artista não há
nada. Muitas dessas obras, qualquer criança faria. O pano de fundo do
Queermuseu, contudo, era: a pedofilia, o vilipendio religioso (cristão) e a
pornografia.
Numa das tais obras mostrava um negro, de modo
passivo, tendo relação sexual com duas figuras brancas. Passaram os olhos a
imprensa e os tais movimentos negros. Ninguém publicou nada, ou se indignou nas redes
sociais: RACISMO! Duas semanas depois, quando a poeira havia assentada, os
portais de noticia manchetaram uma matéria onde se identificou, numa
publicidade no metrô do Rio, uma imagem racista. (Confesso que não vi nada de
racismo. Eles viram.)
Aí você, leitor, pode indagar que isso foi uma
coincidência: três ou quatro veículos de imprensa dar manchete do mesmo
assunto, como se houvesse relevância no tema. E eu direi: uma ova!! Isso é
orquestrado, pautado, comandado e dirigido por uma corrente muito forte que
manda nos veículos de imprensa e no mundo; uma força oculta que investe nessa
agenda progressista: o Globalismo.
Já contei aqui, neste Blog, que logo após a posse do
republicano Donald Trump como presidente dos EUA, uma marcha (espontânea?) se
organizou em muitas capitais pelo mundo. Uma marcha das mulheres que não
aceitavam Trump por considerá-lo um machista e misógino. A pilhéria: foi
sim, no mundo ocidental onde a mulher verdadeiramente se emancipou, teve mais
destaque e saiu das suas casas para liderar, governar e trabalhar. E elas veem
em Trump (um homem ocidental), governante do país mais livre do mundo, um
machista. A perceptível e clara intenção de se criar um fato mentiroso para tornar aquilo
verdadeiro, espantoso, tenebroso e conclamar as pessoas a combatê-lo.
Mas isso era só um aperitivo do que vinha por aí. Eles
não dariam sossego a Trump, como não deram ao longo do ano. Os
metacapitalistas — Olavo de Carvalho os chama assim —, interessados no controle da engrenagem do mundo, estão, sim,
influenciando nossas vidas, há décadas. O movimento, porém, é silencioso, indolor, lento. Vindo
através de agentes políticos, de meios comunicação e dos movimentos revolucionários
espalhados pelo mundo.
Aqui no Brasil, é bem provável que o globalismo esteja
financiando a grande imprensa para fomentar o discurso progressista. Depois que
os jornais e revistas saíram das bancas de jornal (passou a ser menos
impresso), a pauta globalista ficou mais clara. Afinal, ninguém sobreviria
muito tempo se não fosse financiado por alguém. O poder dessa gente é grande. A
fundação Open Society, do investidor e bilionário George Soros, recebeu dele
mesmo, neste ano, US$ 18 bilhões. Para fazer o quê? Filantropia? Seria ingênuo
pensar que sim.
O mesmo Soros também é um dos financiadores de outra
instituição, a Planned Parenthood, responsável por abortos de mulheres negras
nos EUA. O site Senso Incomum fez uma matéria em janeiro deste ano, onde
relatou: "Poucos no Brasil sabem o que é a Planned Parenthood, a ONG
que recebe cerca de US$ 530 milhões anuais do governo federal americano para
realizar cerca de 324 mil abortos anuais. Entre seus objetivos, além de
realizar abortos, está o de amenizar o debate e propagandeá-los para jovens
através da cultura popular em um esforço de governos globais."
Uma das primeiras providências que "o
maligno" Trump tomou, logo após sua posse, foi encerrar os contratos
governamentais com a Planned Parenthood. O que ele fez muito bem. Do outro
lado, a imprensa fake news não deu um rodapé de notícia. Trump não é só
presidente da maior potência econômica do mundo, mas aquele que veio quebrar o
ritmo ascendente da agenda globalista e seus tentáculos. Os politicamente
corretos passaram a atacar até os gestos naturais de Trump. Quando ele segurou uma caneca de água com as duas mãos.
O interesse desses globalistas não é só a eugenia, o
controle da vida humana, mas uma preocupação que uma superpopulação mundial possa atrapalhar a dinastia de seus poderes. É plausível pensar,
hoje, que muitas doenças epidêmicas — curioso que muitas nascem em meio a pobreza do
continente africano — foram criadas em laboratórios financiados por esses donos
do mundo. Li uma matéria num site postado no Facebook, onde afirma que um
laboratório financiado pela fundação Rockfeller descobriu, em 1969, a cura do
câncer, mas manteve, a partir de então, a fórmula trancada por ordem da
fundação. O câncer é uma forma de controle de população, exatamente tudo que
quer esses globalistas. Fiquei curioso em saber de que morrem os Rockefellers.
Com certeza não deve ser de câncer.
A fórmula do politicamente correto pautou as matérias
jornalísticas em 2017. O tema transgênero não só foi estampado em novelas, mas
aplaudido nos palcos Brasil a fora. A projeção do pseudo cantor (homem em corpo
de mulher) foi uma das coisas mais bizarras que aconteceu este ano. A novela da
Globo também tratou do tema: "sou um homem preso a um corpo de uma
mulher". A ideologia de gênero foi debatida nas redes sociais e combatida
por entidades conservadoras, que se organizaram para proteger os ambientes
escolares dessa difusão. Depois, o empoderamento feminino, negro, e LGBT virou
clichê nas páginas de revistas e nos portais de notícia. Só sei de uma coisa, o
vendaval foi grande. Com artilharia de todos os lados e diariamente.
Na contramão, há também aqueles lampejos de luz no
combate a essa agenda progressista e politicamente correta. O estilista Stefano
Gabbana, em entrevista recente, chocou a imprensa politicamente correta mainstream
com uma declaração. Disse:
"Não quero que me chamem gay, sou um homem. Parece-me inacreditável que este termo ainda se use hoje em dia. Biologicamente sou um homem. A palavra gay foi inventada por aqueles que precisam de etiquetar as pessoas e eu não quero que me identifiquem pela minha orientação sexual"
No campo da política, vimos, em 2017, nuvens negras —
cuidado com o politicamente correto, Antônio! — pairando sobre nossas
cabeças. A sequência da Lava Jato, prisões e solturas de políticos corruptos.
Incertezas e desesperanças tomaram conta das redes sociais. Um fato real foi o ressurgimento e fortalecimento de uma direita que até então estava adormecida; na outra extremidade, o
enfraquecimento da esquerda financiada. Nesse esparramo de assuntos diários, a
questão política correu paralela a tudo. Digo, a guerra que se travou não foi
PT x PSDB, ou direita x esquerda. A guerra foi (e é) cultural. Entre aquilo que se
quer conservar (do mundo que nos foi construído e entregue) e aquilo que se
quer mudar (de um mundo a nos impor, sem nenhum experimento).
Desde que Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, no
caso do Tríplex do Guarujá, a imprensa fake news enfatizou mais ainda a sua
candidatura para 2018, tratando Lula como uma voz a ser ouvida, uma opção ao
futuro do país (?); e não como alguém a se esquecer pelos 9,5 anos de condenação;
alguém que já deveria estar preso e afastado totalmente da política. A política
cheira mal e a imprensa no Brasil escancarou e deitou no lamaçal. Tratar Lula
como assunto de todos os dias, sem mencionar sua condenação, nos afronta.
O que podemos esperar em 2018? Não há muita esperança
que o ano comece e termine bem, infelizmente. Em dezembro de 1968, quando o
regime militar baixou o AI-5 (o ato mais duro do regime), o escritor e
jornalista Zuenir Ventura descreveu, mais tarde em seu livro, aquele como
"o ano que não terminou". Em 2018, diante de tantas incertezas,
corremos esse risco de que o ano possa também não terminar ou terminar em
chamas, com barricadas e coquetéis molotov.
A força do establishment, em manter a esquerda no
poder, já se desponta e começa sacudir o cenário. Lula ainda é a menina dos
olhos de grande parcela da imprensa, dos empreiteiros, dos movimentos sociais,
das instituições, do legislativo, judiciário, dos partidos nanicos e dos
políticos sujos na Lava Jato. Lula é o salvador da pátria dos corruptos. Ele,
eleito e livre da prisão, devolverá o país ao estado de miséria intelectual,
que serviu por anos como esteio da corrupção. O que ninguém está considerando
é: os pilares democráticos do país suportarão mais quatro anos governados por
um partido que governa em favor da agenda do Foro de São Paulo e seu projeto de
Pátria Grande para a América Latina? Numa tragédia anunciada (toc toc),
viraremos uma Venezuela rapidinho, e Soros vai suspirar e sentir que seu investimento fez
o estrago previsto. Nos tornando mais pobres, famintos e pequenos diante do seu
poder global.
Deus salve o Brasil!
Deus salve o Brasil!
©
Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / dezembro de 2017