O texto inicial foi capturado de uma postagem que fiz nas redes sociais. Escrevi já pensando que ele seria um apêndice de uma conversa longa. Ela chegou.
A falta de liberdade me dói. Sim, é dolorosa e quase febril. É uma dor sentida, diária. Abro a janela e vejo as ruas controladas, cheio de cartazes "não toque", "mantenha o distanciamento", "use máscara". Pergunto na minha alma: Cadê o meu mundo? Cadê os meus sonhos de moço? Os lugares restritos, os protocolos ridículos e o direito de ir e vir sendo sobrepujados por um ditador qualquer. Esse é o retrato dos novos dias. Vai voltar ao normal? Não sei dizer.
A entrada dos EUA na segunda guerra é uma das coisas mais emblemáticas para mim. Talvez seja o ponto culminante daquela guerra. E aqui falo, claro, daquele que seria considerando o "dia D".
Convido a quem ainda não acompanha os documentários da Brasil Paralelo, acesse o YouTube, seja membro, ajude essa plataforma a continuar fazendo e exibindo conteúdos para nossas vidas. Digo que é como um oxigênio para nossa existência num mundo tão cheio de falta de ar.
No último documentário, A Primeira Arte, eles nos presentearam não só do conhecimentos dos grandes compositores da história da música, mas nos levaram a emoção. A música é aquilo que emociona e não aquilo que faz nosso corpo se mexer. Eu ouço música parado, ela, mesmo que harmonicamente e ritmicamente nos leve a querer dançar, antes de tudo ela nos faz dançar na alma. E de onde eles vieram? De um tempo onde não se tinha rádio, televisão e muito menos Spotify.
E como quase tudo que aqui em converso, volto ao passado. (Sobre o futuro eu não sei; o presente não precisa dizer, ele está aí. Mas o passado faz todas a pontes de ligações com a linha do tempo).
Ainda que superemos essa fase pandêmica; ainda que superemos o contágio; ainda que superemos o tempo nos hospitais com respiradores; ainda que voltemos a ouvir nossos LPs; ainda que abrimos nossos antigos romances; ainda que tudo isso, nada será melhor como antes.
© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / Abril de 2021.