BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.


Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempoCarlos Drummond de Andrade)
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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Amigos incorretos

Já se passaram 25 anos e parece que foi ontem... (Eu e essa minha sensação apocalíptica de tempo passando de pressa. E como passa...) Mas aí eu pergunto: o que nos faz lembrar 1994? Os saudosistas dirão que foi o ano do tetra campeonato do Brasil, do trágico acidente que vitimou Airton Senna ou do Plano Real. Mas quase ninguém lembrará que foi nesse ano que estreou uma das séries mais icônicas feitas para a TV, no mundo. (Os chamados sitcoms são a elevação do humor num encontro com a vida real.) Se não foi a maior produção, com certeza é a mais assistida de todos os tempos. Friends é engraçado, sensacional e atemporal.

No Brasil, a série só começou mesmo em 1996. Naquela época, os canais pagos eram de uma raridade, que só quem tinha uma antena da DirecTv podia assistir algo além da programação global. A Warner Brasil passava Friends na mesma sintonia que a TV americana. Eu, porém, só tomei conhecimento quando ela já estava acabando. (Fazia muitas coisas naquela época, menos ver TV.)

As mídias modernas e os streamings deixaram as TVs mais interativas, misturando-se com a internet, e todo mundo hoje pode ficar atualizado com tudo que rola aqui e lá fora. Inclusive com a programação dos lançamentos. Hoje, streamings como Netflix, Prime Vídeo ou de música Spotify colocaram-nos equalizados e ninguém perde mais nada. Basta pagar.

Voltando à conversa. Minha intenção nestas linhas, claro, não é descrever os personagens de Friends e nem contar curiosidades sobre a série. Há no YouTube e na internet uma vastidão de vídeos e artigos. Não serei eu mais um a contar — já contando —, por exemplo, que a moldura amarela pendurada no olho mágico na porta da Rachel/Monica era de um espelho que havia quebrado e o cenógrafo achou que ficaria bom ali. Virou logomarca, estampa de camiseta, souvenir; e ali permaneceu, por longos 10 anos.

O que me faz refletir sobre a série, e como relatei parte na crônica sobre Bridget Jones (ler aqui), é a linguagem: coloquial, comportamental, despojada e como ela separa, de forma substancial, aquela geração desta aqui, ressentidos de 2019. Aquela geração era politicamente incorreta e mais madura. Tinha um linguajar mais solto, sem advertências e óbices de intolerância. Muito diferente da linguagem de hoje, totalmente corrigida, censurada, pautada e forçando a barra para uma narrativa preconcebida.

No Brasil, isso ganhou um nome recente que pegou na internet: lacração. A postagem, as leis de governo, o discurso, a publicidade, a premiação do Oscar, os filmes de Hollywood, as novelas globais e todos os meios que tentam se comunicar através da cultura têm que lacrar na esteira do politicamente correto; vendendo diversidade para parecer legalzinho, como uma forma de corrigir possíveis falhas de comportamentos do passado. Com isso, quase tudo que se produz hoje tem um sotaque dessa narrativa chata, enfadonha e apodrecida. Foi-se o mérito, a frase marcante, a piada improvisada. Em seu lugar entrou o babaca lacrador, que para tudo ruge, corrige e "problematiza".

Como já escrevi numa postagem do Twitter, os progressistas não só querem dirigir nosso presente (apontando para o futuro), mas também se empenham em corrigir o passado. O marinheiro Popeye, por exemplo, na sua "ressignificação" (outra palavra inventada), trocou o cachimbo por um apito. Isso mesmo!, problematizaram o cachimbo de um personagem de 90 anos. Até programas nacionais, como a Escolinha do Professor Raimundo e Os Trapalhões ganharam nova linguagem politicamente correta. Ninguém gostou.

O termo politicamente correto e seu emprego é anterior a Friends, claro. Mas ganhou muito mais fôlego e espaço nos meios culturais a partir dos anos 2000. E isso pôs um freio moral, ético à dialética, orientou textos de escritores e roteiristas. Hoje ninguém consegue mais ter liberdade para criar um roteiro, um diálogo contrário à agenda progressista. Friends é marcado por essa linguagem que não veremos mais: despojada, solta, sem censura e ainda muita engraçada, até hoje.

Os seis personagens criados por Marta Kauffman e David Crane são brancos, de classe média, não-tatuados; não usam drogas, não fumam, não bebem. E por incrível que pareça, eles são heterossexuais — hoje tornou-se necessário dizer isso. Em todos os 236 episódios é possível encontrar muitas cenas, piadas sobre sexualidades com despojamentos e sem medo de uma nota pautada, com exclamação, do NYT. Faz pouco tempo vi a chamada de um artigo que dizia que Friends era homofóbico. Ri alto antes e depois que li a matéria cheia de não-me-toques e discurso politicamente correto. Gente chata, ressentida e sem sexo dá nisso.

Num episódio — difícil lembrar qual — Phoebe beija Rachel na boca. Um beijo até demorado, com muita comemoração do público presente na gravação. Havia um contexto todo ali, claro, até porque, segundo pesquisas, eles já se beijaram um ao outro em algum momento dos 10 anos. Agora, imagina o que a Folha de São Paulo diria hoje? Que havia ali um beijo lésbico; foi o primeiro da série; seriam elas bissexuais? E todo esse bla bla que só interessa a esse mundo lacrador.

Agora, tente imaginar se Friends fosse feita hoje:

RACHEL: Foi morar na república porque brigou com os pais, pois eles estavam se metendo demais na sua vida. Queria sua independência, mas vive mandando WhatsApp para o pai quando a grana acaba. Uma vez por semana, ela também leva suas roupas para a avó lavar.
PHOEBE: Feminista, tatuada, cabelo roxo, piercing no nariz e não depila. Marchou contra Trump e é  a favor do islã. Anticapitalista, abortista, toca violão muito mal e canta pior ainda suas músicas sem rimas, com letras falando em empoderamento.
MONICA: Lésbica não assumida, ela tem uma paixão recolhida por Rachel e sofre muito por não ser correspondida e ter que disputar esse amor com seu irmão Ross.
ROSS: Professor de história da rede pública. Marxista até o último fio de cabelo. vive doutrinando os alunos, dizendo que Hillary sofreu um golpe e Obama é o pai dos pobres. Cabelo com coque e maconheiro.
JOEY: O negão da série (entrou pelo sistema de cota hollywoodiana). É um gay preguiçoso que usa calça apertada. Não fica em emprego e vive reclamando de discriminação e preconceito, pois acha que merecia ganhar mais que os brancos.
CHANDLER: Mora com Joey e forma o casal da série. Vive dando chiliques e gritos histéricos quando Joey não arruma a cama onde eles dormem. Tem um pato e um galo de estimação, o que deixa nas entrelinhas se os animais dormem com eles na cama.

F.R.I.E.N.D.S - Essa foto usando canudinho plástico é considerada, hoje, uma ofensa à moral e aos bons costumes progressistas.
Friends não deixou saudade, porque, como os Beatles, muitas gerações ainda rebobinarão a fita e repetirão como eu tenho feito. O que deixa saudade é aquela geração, de uma era que parece não existirá mais. Na cena final do 236º episódio, eles estão no apartamento já vazio e cada um dos seis deixa a chave sobre o balcão, encerrando aquele ciclo, aqueles longos 10 anos.

Ali, naquele dois cenários dos apartamento e no sofá do Central Perk, nenhum jovem de hoje seria capaz de assumir, sem medo e agruras. Por que aqueles engraçados amigos são únicos e representaram uma geração corajosa, independente, sem amarras e sem falas teleguiadas. Friends fechou um ciclo de uma época que não volta mais.

Certa vez, li um texto que brincava com uma possível viagem à lua. O que (ou quem) você levaria? A pergunta era como se você nunca mais retornasse, mas poderia levar algo. Lembro que alguém (friendmaniac) respondeu que levaria um box de DVD com todos os episódios de Friends. Na época achei curioso e hoje dou razão. Seria uma bela lembrança deste mundo.

Estou namorando um pôster na internet que tem no seu título "It´s the end of an Era" (Isto é o fim de uma Era). E acho que foi mesmo. No rodapé do pôster há um resumo, em números, do que foi Friends: 5192 minutos, 236 episódios, 138 ex-companheiros (as), 25 ocupações (empregos), 10 anos, 9 casamentos, 7 crianças, 6 pessoas, 5 cidades e 4 apartamento.

1994 é uma imagem no retrovisor de um mundo que não veremos mais. Mas Friends respira, ainda encanta e nos faz lembrar todos os dias como foi bom viver aquela geração incorreta. E se um dia quisermos voltar já sabemos o caminho.

(Ah! Na minha opinião, dos friends quem eu mais gosto é de Rachel — linda! — e o mais engraçado é Chandler.) 

© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / outubro de 2019

quinta-feira, 8 de março de 2018

20 soluções para os problemas do século XXI

(Poderia começar esse texto com "seus problema acabaram", como dizia o Casseta & Planeta quando queriam lançar algum produto das Organizações Tabajara)

Brigas em estádio de futebol.
Solução: Proibir a venda de cerveja.

Brigas dentro e fora de estádio de futebol.
Solução: Jogo com torcida única.

Ataque terrorista com caminhão.
Solução: Proibir a venda de caminhões.

Massacre em escolas com armas de fogo.
Solução: Proibir a venda de armas.

Invasão terrorista em países árabes.
Solução: Refugiar todos em países ricos.

Problemas com educação de base.
Solução: Criar sistema de cotas raciais.

Dificuldade cognitiva de aprendizado.
Solução: Acabar com o sistema de reprovação.

Falta de governo e democracia.
Solução: Eleger um ditador de esquerda.

Crime organizado, mortes e drogas no Rio.
Solução: Educação e muito “Imagine” para ouvir.

Assalto à mão armada.
Solução: Não dê mais mole naquele local!

Não consegue atingir o status de classe média
Solução: “Ressignificar” o que é classe média.

Animais sensíveis a fogos de artifícios.
Solução: Proibir a venda de fogos.

Sou feia gorda, mas quero ser miss.
Solução: Mudar os padrões de beleza impostos pela sociedade capitalista.

É desqualificado, preguiçoso e está desempregado.
Solução: Ir a um programa de TV reclamar da sociedade preconceituosa.

Foi assediada, molestada ou estuprada.
Solução: Escrever textão no face, lacrar e ficar de mimimi.

Invasores de terras e imóveis urbanos.
Solução: Furar a fila da casa própria.

Pobreza, analfabetismo, ignorância, desemprego.
Solução: Assistencialismo e Bolsa família.

Não sabe ler e vai ao cinema.
Solução: Filme dublado.

LGBTs em banheiros M/F
Solução: Criar o 3º, 4º, 5º, 10º banheiro.

Feriado que cai na quarta-feira.
Solução: Puxar pra segunda ou sexta.

© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / março de 2018

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

2018: o ano que não terminará

Não! Eu não tenho bola de cristal e nem mesmo sou um daqueles adivinhos de fim de ano, que faz previsões do tipo "um artista famoso vai morrer" — com 100% de chance de acertar, porque o óbvio a lógica, no final, sempre triunfam. E eles sabem disso.

O Brasil não é para principiantes, já dizia Tom Jobim. O compositor brasileiro não era de frases polêmicas, mas ele também nos deixou outra pérola: "o brasileiro cultua o fracasso e o sucesso é uma ofensa pessoal." E não é mesmo? Aqui é tudo muito pelo avesso; do menos que sempre vale mais. O brasileiro torce para que o mais fraco estoure os miolos do mais forte. Ele tem ódio dos vencedores. (Lembrando que, forte, muitas vezes, é aquele que tem mérito.) Caminhamos no obscurantismo, nas trevas, no atoleiro do mundo. Não há tanta percepção no dia a dia, porque o brasileiro já está acostumado com os pés sujos de lama, há tempos.

Já arrumando as malas para 2018 — será que terminará? —, temos que, antes, analisar esse incompreensível e controverso ano de 2017. Alguns mais desatentos (desses que sentam na praça para dar milho aos pombos) poderão dizer: — Achei um ano tão normal, nada diferente... Não, definitivamente não foi um ano normal. Explico por quê.

Nunca a agenda progressista fez-se tão presente em nossas vidas; nunca vimos tantos posicionamentos politicamente correto enxovalhando nossas casas, cotidianamente. O assunto sobre transgênero, então, foi até ao esgotamento. A técnica é: encha as telas dos computadores e celulares de provocações à normalidade e senso comum da vida, que uma hora todos se acostumarão e passarão aceitar o bizarro como espelho social.

São de assombros esses nossos dias. A notícia diante da normalidade da vida passou a ser aquela assustadora aos olhos da imprensa fake news; por outro lado, aquilo que era escrachado passou a ser entendido como normal e corriqueiro. Isso está nas manchetes dos jornais, nas redes sociais, nas novelas, nos programas de TV. (O escritor Flávio Morgentern já disse algo parecido em seu Twitter.)

Quando, em setembro último, veio à tona a exposição que chocou boa parte do país, no Queermuseu Santander, a imprensa, de um modo geral, passou os olhos sobre aquelas ditas "obras de arte". Resolveu atacar os conservadores por não saberem apreciar uma arte. Que arte? Michelangelo, Da Vinci? Não! Havia ali, sim, uma clara intenção de provocação. Desde que as esquerdas tomaram a arte para si, tudo virou expressão artística, quando se enxerga nela um manifesto político/social. De arte e artista não há nada. Muitas dessas obras, qualquer criança faria. O pano de fundo do Queermuseu, contudo, era: a pedofilia, o vilipendio religioso (cristão) e a pornografia.

Numa das tais obras mostrava um negro, de modo passivo, tendo relação sexual com duas figuras brancas. Passaram os olhos a imprensa e os tais movimentos negros. Ninguém publicou nada, ou se indignou nas redes sociais: RACISMO! Duas semanas depois, quando a poeira havia assentada, os portais de noticia manchetaram uma matéria onde se identificou, numa publicidade no metrô do Rio, uma imagem racista. (Confesso que não vi nada de racismo. Eles viram.)

Aí você, leitor, pode indagar que isso foi uma coincidência: três ou quatro veículos de imprensa dar manchete do mesmo assunto, como se houvesse relevância no tema. E eu direi: uma ova!! Isso é orquestrado, pautado, comandado e dirigido por uma corrente muito forte que manda nos veículos de imprensa e no mundo; uma força oculta que investe nessa agenda progressista: o Globalismo.

Já contei aqui, neste Blog, que logo após a posse do republicano Donald Trump como presidente dos EUA, uma marcha (espontânea?) se organizou em muitas capitais pelo mundo. Uma marcha das mulheres que não aceitavam Trump por considerá-lo um machista e misógino. A pilhéria: foi sim, no mundo ocidental onde a mulher verdadeiramente se emancipou, teve mais destaque e saiu das suas casas para liderar, governar e trabalhar. E elas veem em Trump (um homem ocidental), governante do país mais livre do mundo, um machista. A perceptível e clara intenção de se criar um fato mentiroso para tornar aquilo verdadeiro, espantoso, tenebroso e conclamar as pessoas a combatê-lo.

Mas isso era só um aperitivo do que vinha por aí. Eles não dariam sossego a Trump, como não deram ao longo do ano. Os metacapitalistas — Olavo de Carvalho os chama assim , interessados no controle da engrenagem do mundo, estão, sim, influenciando nossas vidas, há décadas. O movimento, porém, é silencioso, indolor, lento. Vindo através de agentes políticos, de meios comunicação e dos movimentos revolucionários espalhados pelo mundo.

Aqui no Brasil, é bem provável que o globalismo esteja financiando a grande imprensa para fomentar o discurso progressista. Depois que os jornais e revistas saíram das bancas de jornal (passou a ser menos impresso), a pauta globalista ficou mais clara. Afinal, ninguém sobreviria muito tempo se não fosse financiado por alguém. O poder dessa gente é grande. A fundação Open Society, do investidor e bilionário George Soros, recebeu dele mesmo, neste ano, US$ 18 bilhões. Para fazer o quê? Filantropia? Seria ingênuo pensar que sim.

O mesmo Soros também é um dos financiadores de outra instituição, a Planned Parenthood, responsável por abortos de mulheres negras nos EUA. O site Senso Incomum fez uma matéria em janeiro deste ano, onde relatou: "Poucos no Brasil sabem o que é a Planned Parenthood, a ONG que recebe cerca de US$ 530 milhões anuais do governo federal americano para realizar cerca de 324 mil abortos anuais. Entre seus objetivos, além de realizar abortos, está o de amenizar o debate e propagandeá-los para jovens através da cultura popular em um esforço de governos globais."

Uma das primeiras providências que "o maligno" Trump tomou, logo após sua posse, foi encerrar os contratos governamentais com a Planned Parenthood. O que ele fez muito bem. Do outro lado, a imprensa fake news não deu um rodapé de notícia. Trump não é só presidente da maior potência econômica do mundo, mas aquele que veio quebrar o ritmo ascendente da agenda globalista e seus tentáculos. Os politicamente corretos passaram a atacar até os gestos naturais de Trump. Quando ele segurou uma caneca de água com as duas mãos.

O interesse desses globalistas não é só a eugenia, o controle da vida humana, mas uma preocupação que uma superpopulação mundial possa atrapalhar a dinastia de seus poderes. É plausível pensar, hoje, que muitas doenças epidêmicas — curioso que muitas nascem em meio a pobreza do continente africano — foram criadas em laboratórios financiados por esses donos do mundo. Li uma matéria num site postado no Facebook, onde afirma que um laboratório financiado pela fundação Rockfeller descobriu, em 1969, a cura do câncer, mas manteve, a partir de então, a fórmula trancada por ordem da fundação. O câncer é uma forma de controle de população, exatamente tudo que quer esses globalistas. Fiquei curioso em saber de que morrem os Rockefellers. Com certeza não deve ser de câncer.

A fórmula do politicamente correto pautou as matérias jornalísticas em 2017. O tema transgênero não só foi estampado em novelas, mas aplaudido nos palcos Brasil a fora. A projeção do pseudo cantor (homem em corpo de mulher) foi uma das coisas mais bizarras que aconteceu este ano. A novela da Globo também tratou do tema: "sou um homem preso a um corpo de uma mulher". A ideologia de gênero foi debatida nas redes sociais e combatida por entidades conservadoras, que se organizaram para proteger os ambientes escolares dessa difusão. Depois, o empoderamento feminino, negro, e LGBT virou clichê nas páginas de revistas e nos portais de notícia. Só sei de uma coisa, o vendaval foi grande. Com artilharia de todos os lados e diariamente.

Na contramão, há também aqueles lampejos de luz no combate a essa agenda progressista e politicamente correta. O estilista Stefano Gabbana, em entrevista recente, chocou a imprensa politicamente correta mainstream com uma declaração. Disse:
"Não quero que me chamem gay, sou um homem. Parece-me inacreditável que este termo ainda se use hoje em dia. Biologicamente sou um homem. A palavra gay foi inventada por aqueles que precisam de etiquetar as pessoas e eu não quero que me identifiquem pela minha orientação sexual"
No campo da política, vimos, em 2017, nuvens negras — cuidado com o politicamente correto, Antônio! —  pairando sobre nossas cabeças. A sequência da Lava Jato, prisões e solturas de políticos corruptos. Incertezas e desesperanças tomaram conta das redes sociais. Um fato real foi o ressurgimento e fortalecimento de uma direita que até então estava adormecida; na outra extremidade, o enfraquecimento da esquerda financiada. Nesse esparramo de assuntos diários, a questão política correu paralela a tudo. Digo, a guerra que se travou não foi PT x PSDB, ou direita x esquerda. A guerra foi (e é) cultural. Entre aquilo que se quer conservar (do mundo que nos foi construído e entregue) e aquilo que se quer mudar (de um mundo a nos impor, sem nenhum experimento).

Desde que Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, no caso do Tríplex do Guarujá, a imprensa fake news enfatizou mais ainda a sua candidatura para 2018, tratando Lula como uma voz a ser ouvida, uma opção ao futuro do país (?); e não como alguém a se esquecer pelos 9,5 anos de condenação; alguém que já deveria estar preso e afastado totalmente da política. A política cheira mal e a imprensa no Brasil escancarou e deitou no lamaçal. Tratar Lula como assunto de todos os dias, sem mencionar sua condenação, nos afronta.

O que podemos esperar em 2018? Não há muita esperança que o ano comece e termine bem, infelizmente. Em dezembro de 1968, quando o regime militar baixou o AI-5 (o ato mais duro do regime), o escritor e jornalista Zuenir Ventura descreveu, mais tarde em seu livro, aquele como "o ano que não terminou". Em 2018, diante de tantas incertezas, corremos esse risco de que o ano possa também não terminar ou terminar em chamas, com barricadas e coquetéis molotov.

A força do establishment, em manter a esquerda no poder, já se desponta e começa sacudir o cenário. Lula ainda é a menina dos olhos de grande parcela da imprensa, dos empreiteiros, dos movimentos sociais, das instituições, do legislativo, judiciário, dos partidos nanicos e dos políticos sujos na Lava Jato. Lula é o salvador da pátria dos corruptos. Ele, eleito e livre da prisão, devolverá o país ao estado de miséria intelectual, que serviu por anos como esteio da corrupção. O que ninguém está considerando é: os pilares democráticos do país suportarão mais quatro anos governados por um partido que governa em favor da agenda do Foro de São Paulo e seu projeto de Pátria Grande para a América Latina?  Numa tragédia anunciada (toc toc), viraremos uma Venezuela rapidinho, e Soros vai suspirar e sentir que seu investimento fez o estrago previsto. Nos tornando mais pobres, famintos e pequenos diante do seu poder global.

Deus salve o Brasil!
 
© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / dezembro de 2017

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O decote salvará o homem

Começo esse colóquio, lembrando de um episódio que me ocorreu, me acendendo um farol: que tempos são esses que nos trazem? Não! Não estou falando da política, da corrupção, mas do ser humano sobre todos os aspectos da vida social e de relacionamentos.

No inverno, as trupes não vão para praia, mas para a fazenda, para o campo, respirar ar puro e sentir o friozinho deleitoso. Foi numa desses encontros com amigos, num sitio, que fui passar um feriado. Aquela disposição geográfica, onde todo mundo dorme amontoado nos quartos, em camas beliche, homens e mulheres misturados.

Assim, eu e mais uma meia dúzia dormimos no mesmo quarto. Ao acordar pela manhã, como faço na minha casa, a primeira coisa foi estender os lençóis e dobrar os cobertores. Quando notei, na cama frontal, uma das minhas parceiras de quarto (já estava no café) deixou a cama desarrumada. (Talvez porque a fome fosse maior.) Fiz a gentileza — hoje se diz "mimo" —, então, de poupá-la do trabalho e arrumei a sua também. Quando ela entrou no quarto, eu estava prestes a receber um elogio, mas  ela disparou: "NOSSA! QUE ESTRESSE!" Engoli a seco e entalei.

Será que essa praga chamada politicamente correto está mudando mesmo as pessoas? As mulheres não estão percebendo mais o cavalheirismo, inerente e secular do homem? Será ofensa, um dia, um homem se oferecer para trocar o pneu do seu carro? Estão matando no homem a sua vontade de se sentir protetor, puro e simplesmente. A mulher precisa entender que, por mais capacidade que ela tenha de trocar a resistência do seu chuveiro, ele vai se sentir mal se ela fizer primeiro. Estou falando do homem, macho alfa. (Não tem homem? Um vizinho, um "marido de aluguel" dá conta.)

Vasculhei na memória e lembrei-me de um Fantástico que vi há uns anos atrás. (Não vejo mais nenhum.) Na ocasião, aquilo me passou meio despercebido, mas o tema não saiu da minha cabeça: "o sexo masculino vai acabar". Era verdade o que diziam, não estavam falando de um filme de ficção. Não consigo lembrar os reais motivos, mas hoje tenho percepção do que queriam com aquilo: jogar o homem provedor, viril, hétero na vala comum, no limbo. Em nome do quê? E para quê? Ainda não tenho certeza.

Preste atenção ao mundo que nos cerca. Não estão deixando nascer mais homens. O sujeito tem sido combatido desde a maternidade. O azar será se você nascer homem. (Falo aos que ainda não vieram ao mundo.) Ao pôr a cara para fora da calçada, seu machismo já está sendo combatido. E pelos próprios pais. A criança já não pode ter birras, valentias como homem e ser muito ladino — palavra exumada —, que já querem lhe dar uma boneca para brincar. Nem entro no mérito dessa pregação ordinária, que ninguém nasce homem ou mulher (pelo órgão sexual), mas tudo é uma construção social. Essa conversa cansa até gente deitada.

Numa entrevista à Tv Canção Nova, o excelente (e politicamente incorreto) Padre Paulo Ricardo, a quem me põe a rezar todos os dias, disse que estão acabando com os meninos. Por que menino não pode mais brincar de espada, de pistola, com armas? Brincadeira de menino era brincadeira de guerra, de luta. Disse: "ele é um guerreiro do bem. Ele tem que lutar do lado do bem... Você tira isso dos meninos, você educa mocinhas covardes." Exatamente o que está ocorrendo. E os pais estão indo por aí, sem pensar. Esse serzinho será, na vida, aquele que deverá ser protegido e não o protetor; nunca aquele que se atira para salvar a mulher.

Na série Downton Abbey, um personagem bastante marcante é o lacaio Thomas. Embora não pareça, à primeira vista, mas Thomas é gay. Isso fica muito sutil nos primeiros episódios. (Ele tenta até o autoflagelo para se "curar".) Mas a questão de Thomas era subir na hierarquia dos serviçais da família Crowley . Ele queria ser o mordomo. Com o estouro da primeira grande guerra, ele é recrutado para o front. Naquela época, de heroísmo, o homem sentia-se honrado em lutar pela pátria. E a guerra era uma forma de exalar bravura. Menos para Thomas. Ele estava na guerra, mas a guerra não estava nele. Ele pensava em Downton. Numa maneira de voltar para casa, ele, entrincheirado, acende um cigarro, levanta a mão e fica à vista do inimigo. É atingido por um disparo e tem a mão perfurada. Imediatamente é desligado do batalhão e volta para casa. Uma atitude covarde, no meio de tantos homens de guerra.

Se assim continuarmos (criar maricas e não homens), iremos ter escassez de homens no futuro. E as mulheres, como alertou o Fantástico, irão perder o  interesse por eles. Irão se enrolar e fornicar com outras da sua espécie — já está ocorrendo. Por que a mulher seria atraída, sexualmente, por  um ser igual a ela? Não que os opostos se atraem, digo daquilo que a mulher mais busca num homem: a virilidade, o apoio, os braços fortes, a proteção. Desde o paleolítico.

A revista SuperInteressante, a qual chamo de "Desinteressante", é marcada por reportagens polêmicas e sempre aquelas que contradizem a história, ou os tabus sociais. O costumeiro das suas capas é apologia à maconha, questionar as doutrinas cristãs e enaltecer outras religiões, como, por exemplo, o islamismo. Numa dessas reportagens fraudulentas e, diga-se, bem covardes, eles afirmaram que crianças (meninos) que se vestem de super-heróis vão se tornar crianças violentas. Claro que isso é uma piada. Fosse verossímil, eu estaria, hoje, chutando cachorro por aí. Tive a minha infância sobre meus cavalos imaginários, revolveres de madeira, correndo para lá e para cá, matando meus bandidos, também imaginários. Essa gente quer acabar com o guerreiro, o homem milenar. Só pode.

Calma. Ainda chegaremos ao clímax dessa doutrinação politicamente correta; que os heróis dos gibis, e hoje nas telas do cinema, serão proibidos, em nome do combate à violência que eles afirmam estimular. Será o fim do Batman, Superman, Homem Aranha, Homem de Ferro, etc.  Não teremos mais heróis. E, em terra sem heróis, triunfarão os vilões, ou, quiçá, ressuscitarão o velho Capitão Gay, do Jô Soares. Numa forma de ser doce com o mundo e não ferir o outro com sua espada de plástico.

O machismo, amaldiçoado pela #WomenMarch (um dia depois da posse de Donald Trump), é o inverso do que se prega pela grande mídia — homem que bate em mulher é um covarde e não machista. Todas as conquistas da mulher, no trabalho e civil, só se obteve no mundo ocidental. E essas má amadas estão brigando exatamente com esse mundo, dos homens. O mundo que as projetou. Ninguém dessas defende a mulher das leis muçulmanas, do Sharia. Hipocrisia é pouco.

Machismo é o estado natural do homem em proteger e preservar a mulher de quem quer deformá-la e transformá-la em outro homem: o feminismo. Uma mulher que cai nas garras do feminismo é como aquele que vai à cracolândia para experimentar droga. Quase sempre não tem volta. Quando volta, torna-se um macho mal acabado, usando um termo rodriguiano. Não estou aqui, como conservador, para salvar o mundo, mas proteger o mundo dos seus salvadores. E eles são loucos e sedentos.

E o bofetão? Ninguém mais dá e nem leva. Coisa de melodrama? O mundo politicamente correto não aceita o revide, o tapa na cara como resposta. Quando as palavras se esgotam, o bofetão era o remédio, aquilo que faz um ter pena do outro, se acariciar e se perdoar. Não se dá bofetão, só porque se odeia, mas, muitas vezes, porque se ama demais. No amor também nos ofendemos ("Atrás da Porta", de Francis Hime e Chico Buarque, deve ser lida, relida). Dali, e pós a mão cheia, tudo se acalma. Eles percebem (homem e mulher) que era a dor que precisavam sentir para exaurir. Era como nas novelas clássicas: bateu-levou. Depois, no final, se casavam. 

En passant, vi um documentário da Tv Animal, sobre a vida dos cães selvagens na África. Muito interessante como as coisas se comportam no reino animal (ou não somos parte dele?). A hierarquia da matilha é uma regra, respeitada pela força. Você tem o macho alfa e a fêmea alfa. Eles são os guardiões do grupo. A fêmea escava a toca onde seus filhotes nascerão, enquanto os outros vigiam o ambiente. Quando os filhotes nascem, a função dos demais, além de protegê-los, é buscar comida. E quem vai caçar? Os mais fortes, vigorosos, os mais preparados. Enquanto, no esconderijo, os filhotes, e aqueles que estão velhos e feridos, esperam pelo o alimento. Quando os caçadores chegam, o alimento é distribuído para todos, sem distinção.

Voltemos ao paleolítico, e veremos que o homem não punha a mulher para caçar. Ela, sem força física, seria uma presa fácil aos animais selvagens. Mulheres já brotaram dóceis e delicadas. Elas têm, exato, o instinto do cuidado, do zelo. E por isso, trazem os historiadores, ficavam protegidas em cavernas, cuidando da cria, à espera do alimento, do seu homem. Assim era, porque assim são ainda os cães selvagens africanos. A diferença é, o homem evoluiu em muitos aspectos, e os cães, não. Ainda continuam no modo antigo de sobrevivência.

"Estamos cegos, surdos e mudos para o óbvio", dizia Nelson Rodrigues. E a vida, ipsis litteris, é, 24 horas calcada pelo óbvio do habitat, do meio ambiente. Os cretinos, interventores do mundo, querem mudar regras milenares, porque entojaram do cotidiano, da mesmice. Nelson também disse:
"A mulher pode ter qualquer idade. Não o homem. O homem não pode ter dezoito, ou quinze. Aos dezoito anos, não sabemos nem como diz 'bom dia' a uma mulher e não podemos fazê-la feliz, em hipótese nenhuma. Para o homem, o amor não é gênio, não é talento, e sim tempo, métier, sabedoria adquirida. Fiz as considerações acima para concluir: — o homem devia nascer com trinta anos feitos." 
Digo ao homem (depois dos 30 anos): não se perca em ter que ser politicamente correto com mundo que o persegue. Seja incorreto, seja um homem natural, com suas características biológicas, físicas e de instinto; abuse da sua condição. Debruce os olhares sobre as pernas, os decotes, se inspire e respire esse ar bom que vem da fêmea que lhe rodeia num mall de shopping; e que ela lhe traga seus desejos por inteiro.

Numa festa de mulheres lindas, o homem solteiro deverá ser apresentado aos decotes, antes de qualquer palavra. É sobre eles que ele depositará a sua fidelidade perpétua. O que atrai um homem é aquilo que é segredo, obscuro, transparente, invisível. Aquela ponta de auréola que desponta e ele tenta perceber com olhares lânguidos. Lá, depois dos seus 30 anos de vida conjugal, ela ainda irá lhe atiçar com suas luzes, como um luminoso que pisca sobre seu cólon.

Não sei que nome eu daria para a essa crônica. Pode ser "O decote", "Os peitos", "O cólon", ou qualquer coisa que me seduz e faz meus olhos hipnotizados, imantados por uma mulher. Então, põe aí: "O decote salvará o homem". Eu creio.

Se você, homem, conseguiu chegar ao final desta crônica, e pretende salvar a sua espécie, nunca deixe de cobiçar um bom decote, quando deparar com uma pecadora e linda mulher (cuidado com o silicone e outros disfarces). Sem receio de ser advertido por um bofetão; e sem pena nenhuma, nem dó da sua vítima.

© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / Janeiro de 2017

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Quarenta anos

Meu amigo Sérgio lembra que em 1971, de traquinagem, quebrou o farol de um carro estacionado perto da casa dele. O pai soube, deu-lhe uma surra de cinta e o traquina nunca mais fez aquilo. Entrou para a faculdade e hoje é um profissional de sucesso. Em 2011 seu filho fez o mesmo, Sérgio reprisou a surra que levara, mas seu filho o denunciou e ele foi condenado à prestação de serviços comunitários. O filho caiu na droga e hoje está num abrigo para menores. Em 1971, o coleguinha mais moço de Sérgio sofreu uma queda no recreio, a professora deu-lhe um abraço e o menino voltou a brincar. Em 2011, outro menino esfolou-se no pátio da mesma escola, a diretora foi acusada de não cuidar das crianças, saiu na TV e ela renunciou ao magistério e hoje está internada, em depressão.

Em 1971, quando os coleguinhas de Sérgio faziam bagunça na aula, levavam um pito do professor, eram levados à direção e ainda sofriam castigo em casa. E todos se formavam prontos para a vida. Em 2011, a bagunça em sala de aula faz o professor repreendê-los, mas depois pede desculpas, porque os pais foram se queixar de maus-tratos à direção. Hoje fazem bagunça no trânsito e no cinema, incomodando os outros. Em 1971, nas férias, todos saíam felizes, enfiados num Fusca. Depois das férias, todos voltavam a  estudar e a trabalhar mais. Em 2011, a família vai a Miami, volta deprimida e precisa de 15 dias para voltar à normalidade na escola e no trabalho.

Em 1971, quando alguém da família de Sérgio adoecia, ia ao INPS, esperava duas horas, era atendido, tomava o remédio e ficava bom. Saía a correr, pedalar, subir em árvores de novo. Em 2011, os parentes de Sérgio pagam uma fortuna em planos de saúde, fazem exames de toda sorte à procura de câncer de pele, pressão nos olhos, placas nas artérias, glicose, colesterol, mas o que têm é distensão muscular por causa de exageros na academia. Em 1971, o  tio preguiçoso de Sérgio foi flagrado fazendo cera no trabalho. Levou uma reprimenda do chefe na frente de todos e nunca mais relaxou. Em 2011, o cunhado de Sérgio foi flagrado jogando xadrez no computador da empresa, o chefe não gostou e o puniu. O chefe foi acusado de assédio moral, processado, a empresa multada, o cunhado relapso foi indenizado e o chefe demitido.

Em 1971, o irmão mais velho de Sérgio deu uma cantada na colega loira de trabalho. Ela reclamou, fez charminho e aceitou um jantar. Hoje estão casados. Em 2011, um primo de Sergio elogiou as pernas da colega de escritório, foi acusado de assédio sexual, demitido e teve que pagar indenização à mulher das belas pernas, que acabou no psiquiatra. Meu amigo Sérgio me pergunta o que deu em nós, nesses 40 anos,  para nos tornarmos tão idiotas, jogando fora a vida como ela é. Dei a resposta: é a ditadura da hipocrisia imbecil do politicamente correto.

Postado por Antônio - 08 de Agosto de 2016.