Nunca houve tantos divórcios como estamos tendo atualmente no Brasil. O que há nisso de relevante a se justificar ou pautar? Intolerância na vida a dois; emancipação feminina; mulheres muito mais no mercado de trabalho já são mais independentes; o casamento tornou-se meramente um contrato...
Em consequências desses apontamentos, temos lares desfeitos e filhos em jogo também, vivendo como ioiô. Há tanto o que se falar sobre essa nova era que vivemos. Ou: é melhor não pensar, porque a vida foi feita para ser vivida e não questionada.
Em consequências desses apontamentos, temos lares desfeitos e filhos em jogo também, vivendo como ioiô. Há tanto o que se falar sobre essa nova era que vivemos. Ou: é melhor não pensar, porque a vida foi feita para ser vivida e não questionada.
Nesta nova era, pressupõe que haja mais pessoas solteiras dando sopa por aí. O solteiro que ainda não se casou, por opção; e o novo solteiro, aquele se tornou depois de uma separação. Na noite, como caça e caçador, é a nova mercadoria exposta na vitrine.
É de se pensar, àqueles que já passaram por uma, que a nova relação, abruptamente, irá criar um embaraço sentimental, misturando o novo com o velho, a mágoa antiga com a nova paixão; e por isso, muitos optam por um tempo de vida a sós. O que é extremamente necessário e saudável, dizem alguns especialistas em comportamento. Não se pode compensar uma coisa com a outra.
Viver sozinho e se suportar, eis a melhor forma de se auto-analisar; a melhor forma de se restabelecer um ponto de partida para uma nova situação e colocar a casa em ordem. Deixar a vida correr solta, permitir aquelas manias que eram abortadas por conta de ter que dividir um teto com alguém.
Falo sobre a ótica masculina, claro, pois os homens não têm medo da solteirice e muitos até preferem hoje em dia, a se arriscar numa relação sequencial. E pensando assim, só irá abrir novamente as portas de casa para alguém que, de fato, valha a pena investir; alguém, sob os aspectos de convivência e sentimentais, irá dar-lhe frutos e segurança no futuro. Sem medo de ter que recomeçar do zero e viver de misérias emocionais; maltrapilho e maltratado, no portão, com as malas na mão.
Para a mulher não vale esta regra. Na maioria, elas necessitam da companhia de alguém do sexo oposto. Digo que é companhia, pois não há importância para algumas que seja o amor da vida delas. Pode ser um homem, só para chamar de seu para as amigas e assim ficar em paz com o status do Facebook. Decerto, há que se parecer feliz perante a sociedade e as amigas mais próximas, depois é só esperar os comentários que massageiam o ego, “que lindo casal!”.
Já toquei nesse assunto, mas não custa voltar. Vivemos, sim, também a era do parecer. Não é ser nem ter, mas parecer. Você não precisa ser feliz nem ter dinheiro, mas se você parecer as duas coisas será bem quisto (pensam) por muitos e assim, não ficará à margem dos “felizes para sempre”, como uma solteirona mal-amada e desiludida com os homens. É o que muitas tentam passar nas redes sociais, “eu estou feliz e se você não está problema o seu...”.
Quanta estupidez! Mas, por que ter que mudar o status do Facebook a cada comprometimento, a cada troca de parceiro? Simples. Por que assim, se parecerá feliz, mesmo que seja momentâneo e que este homem não seja aquele da canção do Roberto. Mas e o amor? Isso é outra coisa mais para frente. Não importa o amor, ele virá com o tempo (ou não virá). O que importa é que nesse momento eu tenho alguém para dizer que sou proprietária e não estou sozinha. Eu tenho um homem para chamar de meu. Às amigas invejosas e solteironas, o desprezo.
Na maioria dos casos, paga-se o maior mico (gíria atual e perpétua). Passados alguns dias, aquele já não é mais o príncipe que imaginava ser. Ele, na verdade, é um sapo bem grande com coroa na cabeça, um sabre pendurado na cintura, em seu cavalo branco; a todo tempo fingindo-se príncipe. Ela só avistou a coroa, o sabre, o cavalo e não enxergou o sapo. Meu Deus! Ela vai trocar o status de novo.
Algumas mulheres, por mera carência, resolveram entrar no jogo da sedução masculina, assim vão fazendo e jogando para tentar prender algum pelo lado que mais o desperta, o sexo. A solteirice virou jogo de sedução, sem penetração no íntimo, com todo mundo comendo pelas beiradas...
Já nos casamentos, enquanto os homens se reúnem nos happy hours com os amigos, com permissão do olhar de esguelho; a mulher vai ao shopping com amigas, também se permitindo. Em casa, uma babá cuida do filho que eles irão ver só depois das nove da noite.
Um dia, alguém deixou um recado no seu mural do Facebook, “depois que o sexo ficou fácil, o amor ficou difícil”. Pode ser isso também. Há mais liberdade nas relações, ou muita abertura e concessões. E o amor será sempre um projeto adiado.
Juro que tento, mas não entendo mais nada. Socorro!
© Antônio de Oliveira / arquiteto e urbanista / janeiro de 2013.