BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.


Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempoCarlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ufa!

A expressão não seria melhor: "Ufa!". Estou terminando o próximo texto que ficou engavetado pelo menos uns três meses. Tirava, olhava, escrevia e guardava. Comecei e terminei outros e este não ia adiante. Agora creio que a ideia já esteja totalmente formada, as palavras condensadas e o recado passado. Nem sempre os temas fluem, às vezes eles precisam de um empurrão quem vem de dentro ou de fora. Este teve vários empurrões.
Parti do tema de uma canção para  me aprofundar em "Eu quero uma casa no campo". Trata-se de uma resenha do nosso cancioneiro, com uma pitada de lirismo. Por ter alguns leitores que estão gostando das escritas - alguns revelados de maneira pessoal - aí você começa a ficar meio chato consigo mesmo. Por vezes fica o receio que o recado não seja dado,  falte conteúdo ou que ninguém se interesse pelo assunto.
Não obstante, também não uso da força da memória, faço porque curto fazer isso. É um exercício diário que também contribui para colocar os pensamentos e a vida nos trilhos. Quando as palavras vêm, são avalanches, que chegam até me tirar o sono; como ocorreu em "Balões Cristalizados", que nasceu da noite para o dia. Em outros, elas já não brotam com tanta facilidade. Há que se provocar.
Mais uns dias e deixarei postado aqui este texto inédito. Será o mês de Agosto? Então, venha logo Setembro com sua primavera e seus brotos de flores.

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