Françoise Hardy |
Nenhuma outra década colocou tantas beldades francesas no mundo pop, como a década de sessenta. No cinema, era o auge de Jeanne Moreau e Brigitte Bardot. Vi recentemente a comédia “Viva Maria!” — 1965. As duas atrizes estão lindas, interpretando papéis cômicos e sensuais, é claro. Moreau com 37 e Bardot com 31 anos. Balzaquianas, com as suas siluetas bem definidas, faziam duas “Marias” que viviam enfiadas em seus corpetes, arrancando suspiros dos homens em shows de strep tease, que atuavam seguindo um grupo mambembe de atores circenses. Imperdível.
Na música, a década de sessenta também trouxe a cantora Françoise Hardy. Minha memória foi despertava quando lia o livro “A Era dos festivais” e vi citado o nome de Françoise Hardy. Imediatamente veio à lembrança uma canção que fez sucesso no Brasil no início da década de setenta. Em 1968 — com 24 anos — ela veio ao Brasil participar do FIC — Festival Internacional da Canção — defendendo uma das suas belíssimas obras: “À quoi ça sert”. Sua identificação com a música brasileira foi tão contagiante, que logo depois gravou em francês a música que ganhou aquele festival, “Sabiá” de Tom Jobim e Chico Buarque. Na sua versão, a música ganhou o nome de “La ménsage”. Em 1971, ela faz novamente sucesso no Brasil depois de ter gravado o disco “La Question”, agora ao som do violão da brasileira Tuca.
O que encantava em Françoise Hardy não era somente a sua bela voz, mas a sua beleza vestida de eloquência. Sempre linda, elegante, magra e tímida; dava-se a impressão que ela não sabia que era tão bonita assim. Disfarçava sua beleza cantando. Naqueles anos, ela foi capa de muitas revistas famosas e foi, com certeza, um dos rostos mais fotografados naqueles anos.
Para o Blog, escollhi a canção “La Question”, que foi o que me fez lembrar-se de Hardy e trouxe muitas outras boas lembranças. Lá em casa havia um compacto simples “som livre”, um dos lados do disco era ela. Esta música era tema de uma novela de 1971. No site oficial de Françoise Hardy, está registrado que a letra é dela (Hardy) e a música é da violonista e compositora brasileira Tuca.
La Question
A questão
(Françoise Hardy)
Je ne sais pas qui tu peux être
Eu não sei o que você pode ser
Je ne sais pas qui tu espères
Eu não sei o que você espera
Je cherche toujours à te connaître
Procuro sempre te conhecer
Et ton silence trouble mon silence
E seu silêncio perturba meu silêncio
Je ne sais pas d'où vient le mensonge
Eu não sei da onde vem a mentira
Est-ce de ta voix qui se tait
É de tua voz que se cala
Les mondes où malgré moi je plonge
Os mundos onde, contudo eu mergulho
Sont comme un tunnel qui m'effraie
São como um túnel que me assusta
De ta distance à la mienne
De sua distância em relação à mim
On se perd bien trop souvent
Se perde sempre
Et chercher à te comprendre
E procurar te entender
C'est courir après le vent
É como correr depois do vento
Je ne sais pas pourquoi je reste
Eu não sei por que eu fico
Dans une mer où je me noie
Em um mar onde eu me afogo
Je ne sais pas pourquoi je reste
Eu não sei por que eu fico
Dans un air qui m'étouffera
em um ar que me sufoca
Tu es le sang de ma blessure
Você é o sangue da minha ferida
Tu es le feu de ma brûlure
Você é o fogo da minha queimadura
Tu es ma question sans réponse
Você é minha pergunta sem resposta
Mon cri muet et mon silence.
Meu grito mudo e meu silêncio.
Postado por Antônio - Outubro de 2010
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