Ao longo dos séculos, a humanidade caminhou em busca de decifrar os sinais e os mistérios da vida: Deus, morte, alma, códigos, escritas, dogmas e sentimentos. E não há dúvida, já no século 21, que o amor ainda é uma grande dúvida para o homem. O que nos faz amar? O que nos faz odiar? Por que sofremos por amor? Por que se mata por amor? Mas por outro lado, também não temos dúvida que o amor está em todos nós (lobos e cordeiros). Que somos capazes desse amor. Deus nos fez para o amor. Deus é amor. E contra tudo lutamos para que o amor floresça.
Os vazios da alma, que nos atormentam pela vida, muitas vezes, são reconhecidos pela ausência desse amor. Ansiamos encontrar um amor para vida toda, um sentimento que nos preencha este “buraco” da alma para sempre, como se todos os sentidos da vida se encontrassem neste fim: o Ser completo.
Nessa busca, esquecemos de pedir a esse poder divino que também sejamos amados na mesma frequência. E como saber quando estamos diante do amor eterno? Outro enigma. O amor não é uma coisa que se aprende lendo em receitas de livros de autoajuda. Amar se aprende amando (já li isso...), e é repetido num exercício diário de gestos e palavras. Tem-se aí um caminhar dessa jornada que irá passar por renúncias, resignações, entregas, doações, autoconhecimento, amadurecimento e transformações.
De fato, quando uma relação se encontra no amor, é porque houve um tempo de condensação dos objetos do amor. O amadurecimento — e aí precisamos do tempo para esse aprendizado —, é uma das passagens mais importantes da nossa vida para este encontro.
Na relação, amadurecer é algo transformador e que se constrói junto. Quando um lado amadurece mais que o outro as mãos ficam distantes para se darem. Não sou psicanalista, mas as coisas vividas me dão compreensão desses movimentos, e aqui afirmo: não haverá relação numa forma egoísta, com o amor penso para um dos lados, como uma balança sem fiel. O passivo quer receber, mas não sabe dar. Este lado — por que não saber amar — irá se irritar com outro que só sabe dar. Sua irritação é uma manifestação do seu eu interior, de não corresponder com amor ao amor que recebe. O que dá, um dia vai se cansar de dar e vai chegar o momento em que irá cobrar, mesmo que discretamente, sem perceber. Quando a resposta não vem em gestos de amor, e a comunicação não tem amor, a relação caminhará para o fim.
Na relação, amadurecer é algo transformador e que se constrói junto. Quando um lado amadurece mais que o outro as mãos ficam distantes para se darem. Não sou psicanalista, mas as coisas vividas me dão compreensão desses movimentos, e aqui afirmo: não haverá relação numa forma egoísta, com o amor penso para um dos lados, como uma balança sem fiel. O passivo quer receber, mas não sabe dar. Este lado — por que não saber amar — irá se irritar com outro que só sabe dar. Sua irritação é uma manifestação do seu eu interior, de não corresponder com amor ao amor que recebe. O que dá, um dia vai se cansar de dar e vai chegar o momento em que irá cobrar, mesmo que discretamente, sem perceber. Quando a resposta não vem em gestos de amor, e a comunicação não tem amor, a relação caminhará para o fim.
Um escritor, certa vez, escreveu que o ponto de encontro da relação está na justiça. Por que justiça? Onde há justiça, há também o entendimento, a trégua. As pessoas não dão certas porque uma aperta a pasta de dente em cima e o outra embaixo ou porque o marido esquece de apagar a luz do cômodo quando sai e a mulher se irrita. Elas não seguirão juntas pela vida se não forem justas uma com a outra. Muitos homens e mulheres já viveram relações assim, onde um lado está maduro para amar e o outro ainda não sabe nem sequer reconhecer e preservar o amor recebido — regado. Mais tarde, estes "egoístas do amor" irão se envergonhar de si, pois no fundo não sabem diferenciar um gesto de amor de uma joia recebida no aniversário. Há que ser justo no amor para ter vida eterna em si.
Só merece o amor quem reconhece no outro o amor, quem percebe a grandeza do coração que dá. E o reconhecimento começa com o olhar para dentro de si. Saber reconhecer é o primeiro ato para amar, para colocar a justiça em prática. O primeiro exercício é o reconhecimento do amor que brota no outro.
A humanidade viajará outros séculos para decifrar esses assuntos, pois o ser humano vive em constantes mutações. Muitas vezes escolhemos deixar uma relação, amando. É quando tudo se exauriu e a voz rouca daquele que ama deixou de ressoar por suas repetições: — vamos nos amar! Então, é preciso deixar que o outro se vá, caminhe e ouça somente seu íntimo, a voz que vem de dentro do seu coração. Pode demorar, mas um dia aprenderá.
© Antônio de Oliveira / arquiteto e urbanista / fevereiro de 2010.
© Antônio de Oliveira / arquiteto e urbanista / fevereiro de 2010.
4 comentários:
Reflito sobre a natureza do amor. Entendo que o amor não se força ao outro, ele é livre, é uma escolha, tanto para amarmos como para sermos amados. Se forçarmos nosso amor ao outro, perdemos nosso valor porque a natureza do amor é livre. Se o objeto do nosso amor não corresponde, não podemos perder a nossa identidade porque a capacidade de amar está em nós, não no outro. Podemos compartilhar amor, mas não ser destituído dele. Viver um relacionamento em amor tem que ser voluntário, inteiro, saudável, uma perfeita comunhão, comprometimento de ambas as partes.
Querida leitora,
Muito lindo o teu comentário. Quase que dá outra crônica (risos). Obrigado!
Conversando com uma pessoa muito querida ontem que passa por problemas no casamento... percebi o quanto a gente ganha e perde pra aprender umas lições, vou fazer algo inusitado aqui, creio eu... vibro que tuas palavras sejam lidas e sentidas e que sirvam de um conhecimento para que se aprendam com menos dor da perda... bjus amigo
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