Nota: Assuntos recentes e nos noticiários me chamam atenção. Eu escrevo quando algo me incomoda. A dor me incomoda; o amor também me incomoda. Era pra ir pra página do meu Facebook, mas veio pra cá primeiro. Com linguagem de rede social. Sorry
Já
havia escrito por aí, mas voltei ao assunto. Há uma santíssima trindade
"imexível", irretocável e imaculada no Brasil: Caetano-Chico-Gil
(CCG). E com muito espaço ainda pra Roberto, o rei; Pelé, o rei; Xuxa, a
rainha; Senna, o mito. O que não falta à nossa gente bronzeada são reinados,
coroas, majestades, eunucos e santos pra adorar. Bobos da corte também têm...
Você, meu ouvinte e minha ouvinta, já leu alguma biografia desses "monstros" da nossa e de outras épocas? Claro que não, talvez isso explique a idolatria de tanta gente por esses seres inimagináveis e de almas bondosas. Até o cocô que fazem deve ser linnnnndo!
Você, meu ouvinte e minha ouvinta, já leu alguma biografia desses "monstros" da nossa e de outras épocas? Claro que não, talvez isso explique a idolatria de tanta gente por esses seres inimagináveis e de almas bondosas. Até o cocô que fazem deve ser linnnnndo!
Pelé,
por exemplo, é 42,3% craque; 7,3% está na cabeça dos românticos da bola; e
50,4% puro Marketing. Seu filho não deu certo no futebol. Pelé odiou sua
escolha, porque o filho (goleiro ruim e foi pego com drogas) quase tingiu seu
marketing de herói dos gramados. Espertamente, também não quis jogar a Copa de
74, porque já temia o fracasso. Aposentou-se no auge e vive das glórias e vil metais do seu passado. Por essas e
outras que nenhum brasileiro, por não conhecer melhor Edson, nunca admitirá
Maradona, por exemplo.
Geraldo
Vandré escolheu viver no ostracismo, desde meados dos anos de 1970. Toda vez
que lhe pergunta sobre torturas durante o regime militar, ele nega que tenha
sofrido. Os mais sábios da sua vida do que ele (patrulheiros) dizem que ele não
diz coisa com coisa... Simplesmente porque ele nega o que todos gostariam que
fosse verdade. Hummm. Quem poderá dizer melhor que ele sobre sua vida? Talvez
um biógrafo. Não aqueles que teimam afirmar que “fizeram uma lavagem cerebral”,
ficando com essa verdade. E eu tenho que ouvir isso.
João
Gilberto (82), cantor, mora num apartamento alugado no Leblon. Segundo o
porteiro do seu prédio, ele quase nunca desce pra nada (vive lendo, tocando e a
única TV que tem é ainda PeB). Quando aparece, ele não usa o hall social do prédio, circulando sempre
pela garagem. Ele endoidou? Não! Só quer privacidade e, assim como Vandré, cansou
de ser reconhecido na rua.
De
Roberto Carlos já li muita coisa, mas tem outras tantas que seu público quer
saber. Mas ele quer controlar tudo a sua volta, até as cores das roupas dos
outros.
Casamentos
conturbados, mulheres, porres, festas em iates, envolvimentos com governos e a
máfia... Pelo rastro biográfico de Marilyn Monroe encontrará também o de Sinatra.
De como seus amigos mafiosos abusaram sexualmente, fizeram festinha com a
bêbada e doente Marilyn Monroe em Cal-Neva, uma semana antes da sua morte. E
como o procurador geral da República, Bob Kennedy, fugiu de Los Angeles num
helicóptero, na madrugada antes da polícia chegar à casa de Marilyn Monroe.
Sinatra estava nesse meio. A vida pessoal manchou a vida artística do "the
voice" Frank Sinatra? Não! Ele continua tocando na vitrola de muita gente,
inclusive na minha. Para o seu público, o tornou mais humano, talvez. Sua
biografia é fácil de encontrar.
No
limiar dos anos de 1970, o maior cantor do Brasil era Simonal. Ele sofreu muito
com patrulhamento ideológico e boatos que acabaram com sua carreira artística.
Toda tristeza que o levou ao alcoolismo e morte prematura. Quem quis provar que
ele era inocente e não um dedo-duro? Fizeram um filme recente pra tentar contar
esse lado. A tal "comissão de verdade" nunca irá se interessar pelo
seu caso. Morreu sem provar que era apenas um negão marrento e de muito sucesso.
Os vídeos estão aí no Youtube.
Certa
vez, num almoço, ouvi de um velho padre, ser ele a favor da pregação de um
Cristo mais humano e menos santo. Eu concordei, mas os cristãos, os fiéis
gostam da historia romantizada, idolatrada, santificada, milagreira. Sem negar,
é claro, que seja o filho de Deus. Mas como ver só o santo num homem que
endoidou no templo?
Mas
voltando às biografias censuradas, o único a chamar a coisa pelo nome de
"censura" é Alceu "Anunciação" Valença. Deu um pito e
esporrou todo mundo. Está no seu mural do Facebook.
Viva
a democracia e as biografias; e abaixo os Black Blocs (contrapondo
o que prega Caetano). E tudo só porque eu também acredito que é "proibido
proibir". Lembra-se disso, velho baiano?
Another words,
I'm so much romantic.
© Antônio de Oliveira / arquiteto e urbanista / Outubro de 2013.
© Antônio de Oliveira / arquiteto e urbanista / Outubro de 2013.
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