BEM-VINDOS À CRÔNICAS, ETC.


Amor é privilégio de maduros / estendidos na mais estreita cama, / que se torna a mais / larga e mais relvosa, / roçando, em cada poro, o céu do corpo. / É isto, amor: o ganho não previsto, / o prêmio subterrâneo e coruscante, / leitura de relâmpago cifrado, /que, decifrado, nada mais existe / valendo a pena e o preço do terrestre, / salvo o minuto de ouro no relógio / minúsculo, vibrando no crepúsculo. / Amor é o que se aprende no limite, / depois de se arquivar toda a ciência / herdada, ouvida. / Amor começa tarde. (O Amor e seu tempoCarlos Drummond de Andrade)

sábado, 21 de agosto de 2010

Teletema


Hoje acordei com esta música na cabeça. Ela é uma das jóias raras do final da década de 60. Fui me ater aos seus autores, Antônio Adolfo e o letrista Tibério Gaspar, descobri que andaram pelos festivais daquela época. Em 1969 colocaram a canção "Juliana" em segundo lugar no IV FIC - Festival Interancional da Canção, perdendo só para "Cantiga por Luciana" de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto. No ano seguinte eles ganhariam o festival com BR-3. Eu só não entendo porque "Teletema" não tenha feito parte daqueles festivais. Depois a canção foi parar na trilha de uma novela. "Teletema" teve várias gravações na voz de Regininha, Evinha, Paula Toller, Luiza Possi e Ivo Pessoa.
Uma grande sacada da letra de Tibério está no fim de três frases musicais, onde ele interrompe a palavra - junto com a frase musical - para continuar na frase seguinte: Só + Corro = Socorro; Fim + Dando = Findando e; Além + Brando = Lembrando. Este recurso já foi utilizado por Caetano Veloso também. Genial!
Segundo os créditos do video abaixo, a voz é de Regininha e ao piano Marcos Valle.



Teletema
(Antônio Adolfo e Tibério Gaspar)

Rumo
Estrada turva
Sou despedida
Por entre
Lenços brancos
De partida
Em cada curva
Sem ter você
Vou mais só
Corro
Rompendo laços
Abraços, beijos
Em cada passo
É você quem vejo
No tele-espaço
Pousado
Em cores no além
Brando
Corpo celeste
Meta-metade
Meu santuário
Minha eternidade
Iluminando
O meu caminho
E findando a incerteza
Tão passageira
Nós viveremos
Uma vida inteira
Eternamente
Somente os dois
Mais ninguém
Eu vou de sol a sol
Desfeito em cor
Refeito em som
Perfeito em tanto amor

Postado por Antônio - Agosto/2010

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