Então dei play e não consegui passar do primeiro episódio. A coisa é perturbadora, de uma trama discorrendo numa cidade da Inglaterra. E, claro, eu vou ter que lembrar, assim como a Inglaterra, toda a Europa escolheu o multiculturalismo ante ao cristianismo. E o resultado é uma civilização de identidade perdida, longe de seus valores de outrora. Nas primeiras cenas, o policial que desvenda o crime, esbanjando virtudes e competência, é um negro e seu parceiro é uma mulher. Tudo para fugir do estereótipo e lacrar, para não perder o costume woke.
A mensagem retornou ao celular com “hoje, é preciso pensar para ter filhos”. E o enredo, facilmente, aponta as causas: redes sociais, bullying, misoginia, ódio à mulher, machismo, incels, games, telas, telas... O que não se discute, no entanto, é a raiz de tudo isso. Por que os jovens estão assim? O que nos fez chegar a isso?
Eu tenho uma sugestão, e talvez seja a coisa mais perniciosa que o establishment já pôs no caminho da humanidade: o FEMINISMO. Voltemos ao século XIX e lá está a raiz de tudo isso. Ondas e ondas até chegarmos à quarta delas: o ódio ao homem, ao macho. E nem precisa dizer ódio em dobro ao patriarcado e à família. E vai-se semeando, com ideias progressistas, desde o jardim da infância. Meninos são tolhidos de sua masculinidade para não irritar garotinhas.
No século passado, a feminista Simone de Beauvoir e seu parceiro Jean-Paul Sartre já confundiam a cabeça de jovens e adolescentes, atraindo-os para seu convívio íntimo e depois abusando sexualmente deles. (Um método parecido com Júlio Lancelotti.) A verdade que essa praga chamada feminismo, invisível aos olhos, nunca mais nos deixou.
É obvio que tudo é mais perceptível e tateável em países de extremo progressismo, como a Inglaterra. O escritor Theodore Dalrymple não precisou ver “Adolescência”. Ele presenciou coisas talvez piores nos arredores de Londres, e narradas em “A Vida na Sarjeta”: “A vida nos bairros pobres da Grã-Bretanha demonstra o que acontece quando a maior parte da população, bem como autoridades, perde a fé na hierarquia de valores. O resultado é todo tipo de patologia: onde o conhecimento não é preferível à ignorância, e a alta cultura à baixa, os inteligentes e os que têm sensibilidade sofrem a perda total do significado das coisas”. Bingo!
© Antônio de Oliveira / arquiteto, urbanista e cronista / Março de 2025.
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